EMTU trata com descaso reclamações dos usuários do transporte público

Usuários do transporte público da região sudoeste de São Paulo enfrentam diariamente uma série de transtornos

Por | 24/02/2012

Os usuários do transporte público da região sudoeste de São Paulo enfrentam diariamente uma série de transtornos. As queixas da má qualidade da prestação de serviço são recorrentes. Os horários irregulares, a pouca quantidade de veículos, a superlotação, os itinerários que pouco atendem aos interesses da população e o elevado custo da tarifa são alguns dos problemas que os usuários enfrentam diariamente e comprovam o descaso do consórcio Intervias com os usuários.

Sensível às reclamações constantes, o deputado Geraldo Cruz enviou ofício de nº 45/2011 ao presidente da EMTU, Joaquim Lopes da Silva, cobrando explicações sobre manutenção dos veículos, higiene, conservação, falta de regularidades de horários e também quanto ao atendimento ofertado.  A EMTU respondeu com evasivas a todos os questionamentos levantados pelo parlamentar.

“Lamentamos profundamente o tratamento desumano dispensado aos usuários pela EMTU”, afirma o ofício.

O documento também questiona a falta de segurança dentro dos coletivos, uma vez que são constantes os relatos de passageiros que sofreram quedas em razão de manobras intempestivas dos motoristas.

A resposta do presidente da EMTU aos questionamentos feitos pelo deputado não poderia ser mais desanimadora. Em vez de cumprir o seu papel de fiscalizar as ações do consórcio responsável pelo transporte público na região, o presidente se limitou a retransmitir as informações elogiosas elaboradas pelo próprio consórcio a respeito dele mesmo.

A EMTU alega que a idade média da frota dos veículos que atendem as cidades da região é uma das mais baixas, 3,6 anos. Ao todo são 815 veículos urbanos distribuídos em 112 linhas, transportando mais de 300 mil passageiros ao dia, a maioria com destino à capital paulista.

A resposta da EMTU enaltece o esforço do consórcio para melhorar as condições de transporte ao usuário, mas não aponta que ações justificariam esse esforço.

O deputado criticou o fato da EMTU não apresentar alternativas para os problemas citados pelos usuários do transporte público. Para o parlamentar, a integração do sistema, por meio do bilhete único, seria uma das formas de minimizar os transtornos enfrentados pela população, entretanto, a prática demonstra que não há vontade para concretizar ações simples como integração das linhas via cartão Bom, prolongamento de linhas com baixa demanda, mudanças de itinerários para atender melhor aos bairros sem transporte público.

“A atual política de transporte prioriza os interesses da empresa em detrimento das necessidades dos usuários. Ela revela as características predominantes do governo do PSDB”, dispara o deputado. 

Saiba mais sobre o Consórcio Intervias

O Consórcio Intervias é um consórcio de empresas de ônibus responsável pelo transporte de milhares de usuários diariamente nos municípios da denominada Área 1 que abrange as cidades de Cotia, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista e São Paulo.

O consórcio é um sistema de compra parcelada e programada de um bem onde um grupo de participantes organizados por uma empresa administradora rateia o valor do bem desejado pelo número de meses de parcelamento deste bem. Também é conhecido com uma reunião de pessoas físicas e/ou jurídicas, em grupo fechado, promovido por uma empresa administradora, com a finalidade de propiciar aos seus integrantes a aquisição de bem ou conjunto de bens por meio de autofinanciamento.

O consórcio Intervias é formado pelas empresas Viação Pirajuçara  e Viação Miracatiba. Tem sede na cidade de Embu das Artes. O gerenciamento e a fiscalização do serviço são feitos pela EMTU-SP.