Bancada do PT manifesta apoio às ocupações

Por cecilia | 18/11/2015

Já são 56 escolas ocupadas por estudantes no Estado de São Paulo, segundo informações da Apeoesp. Alunos, pais e professores protestam contra a chamada “reorganização” da rede escolar, que vai tornar mais longo e perigoso o caminho dos estudantes, separar irmãos, romper laços dentro da comunidade escolar e superlotar salas, já que 94 escolas serão fechadas.

A resposta do governador Geraldo Alckmin tem vindo por meio da truculência da Polícia Militar. Edivan Costa, professor de história do Ensino Fundamental e Médio, apanhou junto com a professora de filosofia Jaiane Estevam por tentar entrar no momento em que policiais buscavam fechar a escola José Lins do Rego, no Jardim Ângela.

Nesta quarta-feira (18/11), duas estudantes, Camila Lanes, eleita presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), e a presidenta da Upes (União Paulista de Estudantes), Angela Meyer, que ocupavam a escola Estadual Professor Moacyr Campos (Mocam), localizada no bairro do Aricanduva, foram detidas.

O secretário de Educação do Estado, Herman Voorwald, já reafirmou a disposição do governo de desocupar as escolas e prosseguir com o processo de reorganização.

A Bancada do PT na Assembleia Legislativa tem manifestado apoio a essa legítima forma de protesto. Deputados têm visitado escolas ocupadas e conversado com estudantes.

Para o líder da Bancada do PT, deputado Geraldo Cruz, Alckmin quer, mais uma vez, impor uma decisão do governo, sem debate, sem esclarecer dúvidas, sem ouvir os envolvidos. “Precisamos sempre nos manifestar e lutar para manter as boas escolas da nossa cidade e, assim, ter uma educação de qualidade’, afirmou o deputado.

Na Comissão de Educação, a Bancada do PT protocolou uma série de requerimentos sobre o tema: um de convocação do secretário Herman Voorwald, outro para suspender a reorganização e um último para criar uma subcomissão para acompanhar a reorganização.

Na reunião da Comissão que aconteceu na última terça-feira (17/11), a base do governo pediu vistas de todos, obstruindo o trabalho. E fizeram questão de chamar os estudantes de “invasores”.

A Assembleia deve votar nesta quarta (18/11) dos projetos do governador. O primeiro aumenta o ICMS da cerveja e do cigarro e o outro cria o Fundo de Combate à Pobreza. A Bancada do PT já protocolou emendas aos PLs que garantem a destinação de parte desses recursos para Educação (30% dos valores de tributos). Isso significa cerca de R$ 900 milhões por ano, o que afastaria qualquer argumento de fechamento de escola com base em falta de recursos. (FF)