Audiência na Alesp com a presença de Geraldo Cruz reforça temor do risco de falta de água na região Sudoeste do Estado

Por | 31/03/2014

A presença de Paulo Massato, diretor da Sabesp para a região metropolitana de SP, em audiência pública (25/3), na Alesp, realizada pela Comissão de Infraestrutura, da qual o deputado Geraldo Cruz faz parte, serviu para reforçar ainda mais a certeza sobre o risco continuado de racionamento de água, em especial na região Sudoeste da Grande São Paulo.

“Embu das Artes, Cotia, Itapecerica e Taboão já se encontram em pleno racionamento ou rodízio, como queiram chamar, e o representante da Sabesp vem aqui na Assembleia Legislativa dizer que tudo é culpa da falta de chuva, como se a empresa não fosse responsável, juntamente com o governo do PSDB, pela falta de obras e investimentos que impedissem chegar nessa situação que pode ser caótica mais para frente”, comentou o parlamentar.

José Eduardo Campos Siqueira, diretor da Federação Nacional dos Urbanitários e ex-
funcionário graduado da Sabesp, também presente na audiência, reforça o temor de Geraldo Cruz, lembrando que “a situação não é inédita, pois o risco de falta d’água aqui na grande São Paulo já vem desde 1953. De lá para cá, só foi mudando o nome da empresa responsável pela captação e tratamento de água e todas fizeram grandes obras, com altos custos, trazendo o líquido cada vez mais de longe, sem que se solucionasse o problema”.

Quando se começou a discutir a nova proposta do governo de São Paulo, da utilização do rio Paraíba do Sul, que já cria problemas com o Estado vizinho do Rio de Janeiro (grande beneficiário da utilização de suas águas para consumo e abastecimento) e com as cidades paulistas do Vale do Paraíba, o diretor-presidente da Agência Nacional da Água, Vicente Andreau Guillo, afirmou que este é um momento “muito delicado, que exige entendimento entre os governos e respeito à Constituição e legislação, e não discussões sobre quem tem mais direito sobre o uso da água. Ela é um patrimônio nacional e direito de todos os cidadãos, sejam paulistas, cariocas ou de outros estados”.

O deputado Geraldo Cruz ressaltou, por sua vez, que “todo o povo sabe que está chovendo, e muito, com várias enchentes ocorridas nos últimos meses, trazendo enormes prejuízos a diversas famílias, portanto o problema não pode ser dirigido apenas a São Pedro, mas sim à Sabesp, que vive dizendo que atingiu 100% no fornecimento de água e seu de muitas bairros da minha região, lá em Embu das Artes, que estão sem receber uma gota de água há mais de dois dias”.

O deputado entende que várias obras prometidas para 2012, como no bairro João XXIII, “até agora não foram concluídas e sabemos que existem vazamentos em vários locais, em que a água fica jorrando, num enorme desperdício, e a Sabesp não faz nada”.

Geraldo Cruz questiona também as grandes obras da Sabesp, “com gastos astronômicos de nosso dinheiro e que até agora não resolveram o problema. Por que eles não pensam em incentivar a construção e uso de cisternas, como ocorre lá no Nordeste, mais baratas e que 
também se utilizam das águas captadas diretamente da chuva?”

O promotor do GAEMA, Rodrigo Sanchez Garcia, fez críticas igualmente à Sabesp, afirmando que a empresa já sabia do problema do baixo índice pluviométrico desde novembro de 2013 e esperou o sistema Cantareira entra em crise para começar a tomar providências, como a transposição e uso de água de outros reservatórios.