Artigo: Saúde precisa de mais médicos e atendimento às famílias
Por | 10/03/2014
Apenas para citar dois exemplos exaustivamente estudados e difundidos dentro e fora do País, lembramos o Orçamento Participativo e o Programa de Saúde da Família – aquele constituído por equipes que levam o atendimento básico às residências, sendo que cada grupo é composto, no mínimo, por um médico generalista, um enfermeiro, um auxiliar ou técnico de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde.
Como é do conhecimento de todo gestor público, a expansão do programa encontrou na falta de médicos dispostos a atender nos locais mais afastados do País, um limite intransponível a curto prazo. Para resolver o impasse a médio e longo prazos, desde o governo Lula vêm sendo promovidos mecanismos para democratização do acesso aos cursos de medicina, historicamente um monopólio das elites. Mas tanto o processo de ampliação universitária, quanto a própria formação dos profissionais levam tempo, décadas até, e a população pobre não pode esperar.
Felizmente, o povo brasileiro elegeu Dilma Rousseff para dar continuidade às ações do governo Lula e a presidenta, acertadamente, nomeou Padilha seu ministro da Saúde. Escolheu a dedo. Considerou a atuação do médico Padilha que recusou montar um consultório nas áreas nobres da capital paulista, para atender as populações mais fragilizadas das regiões Norte e Nordeste.
O programa vem sofrendo críticas e boicotes de jornalistas, profissionais e políticos que têm em comum o convênio com planos de saúde que custam fortunas. A última crítica veio do ex-ministro da Saúde do governo Fernando Henrique, que acusa o governo federal de alocar recursos em um programa que traz médicos para atuarem por tempo determinado, ao invés de investir no Programa Saúde da Família.
Não entendeu o ex-ministro que o mérito do Mais Médicos é justamente, em caráter emergencial, salvar vidas. Enquanto garante o direito à vida, o governo federal alavanca ações nas áreas da educação, assistência social, ciência e tecnologia, entre outras, destinadas a fortalecer e tornar eficiente o Sistema Único de Saúde.
Aqui no Estado de São Paulo, ficamos na expectativa que as eleições de outubro nos permitam substituir governantes que só sabem discursar e criticar, por administradores que conhecem a realidade e têm coragem e competência para transformá-la.