Cultura nordestina envolve Embu das Artes

Por | 6/12/2013

A abertura da I Semana da Cultura Nordestina de Embu das Artes reuniu público recorde no Centro Cultural Mestre Assis na sexta-feira, 29/11. Os participantes elogiaram a realização do evento idealizado para promover a valorização da cultura nordestina, muito presente em Embu e na região. Organizado pela Candeeiro Produções, o evento teve o patrocínio do deputado estadual Geraldo Cruz.

Na Praça Manuel Almeida dos Santos, coração do Parque Pirajussara, o domingo ganhou sons e aromas típicos do Nordeste. O público aos poucos foi chegando, ocupando as cadeiras colocadas em frente ao palco ou as mesas próximas às tendas de culinária nordestina e da Feira de Cordel, livros e CDs.

1cosma_1semacultnordest Sra. Cosma veio do Pq. Industrial ao Pq. Pirajussara com familiares e amigos, e aprovou: "Amo..."

Era o caso da moradora do Parque Industrial Cosma Nunes da Silva, pernambucana, que ao lado de familiares, aprovou o evento. “Amo; tudo o que for do Nordeste é bom”, disse.

“Maravilhoso, tudo de bom. Deve continuar e temos de lançar o projeto do Dia da Cultura Nordestina em Embu das Artes”, afirmou o vereador Jabá. Pernambucano de Serra Talhada, morador do Jd. do Colégio, Jabá aproveitou para saborear um mungunzá enquanto artistas se revezavam no palco.

Comemorando 50 anos no exercício da profissão de repentista, como ele próprio define, Geraldo Amâncio, do Cedro (CE), foi uma das estrelas nordestinas a se apresentar no palco do Pirajussara.

Primeiro poeta do gênero a cruzar o Atlântico com sua viola, levando a arte repentista para a Europa, Amâncio já se apresentou quatro vezes no velho continente e esteve também na Ásia, além de ministrar palestras nacional e internacionalmente.

1geraldocruz_geraldoamancio Geraldo Cruz e o repentista Geraldo Amâncio

“É bom lembrar que para nascer repentista tem de ser poeta. A poesia é como uma árvore cujos galhos têm diversas produções. O letrista compositor é um poeta. Castro Alves é um exemplo”, explica ele, identificando ainda o cantador repentista, o cordelista, o contista embolador como galhos dessa diversificada árvore da cultura nordestina. “Como essa poesia se manifesta, depende do meio”, completa.

A carreira de Amâncio traduz o seu amor à viola e à cultura de sua terra. O artista é autor de duas antologias sobre o repente, dos livros A história de Antonio Conselheiro e a Guerra de Canudos, Pelos caminhos das trovas, Assim viveu e morreu Lampião – o rei do cangaço; além de mais de 15 livros de cordéis e 18 CDs gravados, com parceiros como Ivanildo Vila Nova, Oliveira de Panelas e Pedro Bandeira.

Shows variados – Foi a primeira apresentação oficial de Geraldo Amâncio em Embu das Artes, que o encantou desde a chegada na sexta-feira, quando participou do coquetel de abertura no Centro Cultural Mestre Assis. “Foi uma receptividade, uma interação maravilhosa”, disse o repentista que se apresentou acompanhado de Orlando Dias.

Lene dos Oito Baixos cantou e tocou ao lado do Trio Coroa do Forró formado por Valdir do Acordeom, Zé Raimundo (Preto), vocal e percussão, e Olecyr, no triângulo.

1luizwilson_edivpereir_fenelondanLuiz Wilson (centro) com Edival Pereira (esq.) e Fenelon Dantas, da Caravana Pintando o Sete

A Caravana Pintando o Sete, da Rádio Imprensa (FM 102,5), trouxe repentistas, violeiros e aboiadores. Luiz Wilson, cantor e apresentador do programa veio acompanhado de Fatel Barbosa, Grupo Jeremoabo, Geraldo Brito, Trio Umbuzeiro, Zé de Zilda, Zé Teotônio – aboiador, Moreira de Acopiara e Jr. e Jô. Os tradicionais Caju e Castanha também se apresentaram como parte da Caravana.

O público curtiu ainda os repentes de Edival Pereira e Fenelon Dantas, e terminou a noite de domingo cantando e dançando forró embalado pelo Trio Virgulino. Veja aqui a galeria de fotos.