Após fala na Alesp de presidente da CPTM, Geraldo Cruz volta a defender a instalação de CPI

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Deputado Geraldo Cruz (1º à direita) durante a reunião da Comissão de Infraestrutura que ouviu o presidente da CPTM

Por | 16/09/2013

“Se o próprio presidente da CPTM não consegue enxergar o óbvio, que é a formação de cartel, somente com a instalação de uma CPI aqui na Alesp poderemos evitar futuros desvios de milhões ou bilhões dos cofres públicos do Estado.”

Foi assim que o deputado Geraldo Cruz se manifestou após reunião de mais de quatro horas da Comissão de Infraestrutura, com Mario Manuel Bandeira, presidente da CPTM, para elucidar contratos e licitações firmados com a Siemens e outras empresas do ramo ferroviário considerados fraudulentos e que estão sendo examinados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A própria Siemens fez acordo com a Justiça se dizendo parte integrante de cartéis envolvendo contratos com o governo do Estado, fornecendo dados e nomes de funcionários públicos envolvidos no recebimento ilícito de dinheiro.

Mario Bandeira, para surpresa dos deputados presentes, disse ter tomado ciência dos termos do acordo de leniência firmado entre a Siemens e o Cade, tendo gasto “dois dias na leitura dos documentos e troca de e-mails e garanto que não existe nenhum funcionário da CPTM citado”.

A surpresa dos parlamentares foi porque até agora, apesar de inúmeros pedidos, “nenhum deputado conseguiu acesso a esse dossiê, sob a alegação de sigilo de justiça”, comentou Geraldo Cruz. De acordo com Bandeira, o Cade deu autorização para que ele fosse à sede da Procuradoria Geral do Estado para “ler o documento”.

O Cade aponta suspeita de formação de cartel para manutenção das séries S2000, S2100 e S3000, entre 2001 e 2002, e para modernização da Linha 12-Safira da CPTM, em 2004.

Na última quinta-feira, deputados da bancada do PT dirigiram-se à sede do Patrimônio Público e Social para falar com promotores que integram a força-tarefa do Ministério Público estadual que investiga as denúncias de fraudes do Metrô e da CPTM. Ficou firmado acordo de cooperação para troca de informações sobre os dados obtidos sobre o caso.

Conforme os promotores, há 45 processos abertos, vários em decorrência de denúncias feitas desde 2008 por parlamentares do PT.