Presidente do Metrô diz não ver irregularidade em contratos com a Siemens e deputado pede instalação imediata de CPI na Alesp

Por | 6/09/2013

Há apenas dois meses no cargo, o presidente do Metrô de São Paulo, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, compareceu à Alesp (4/9), na Comissão de Infraestrutura, para falar sobre as denúncias de cartel feitas pela Siemens e que estão sendo apuradas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e Ministério Público (MP). No entanto, do seu ponto de vista, “após fazermos um pente fino nos contratos, não encontramos nenhuma irregularidade”.

Para o deputado Geraldo Cruz, membro efetivo dessa comissão, “esse é o motivo de ser necessário instalar uma CPI aqui na Casa para investigar a fundo o envolvimento dos governos do PSDB nesse cartel, denunciado pela própria Siemens, que fez um acordo com a justiça e já revelou a prática em licitações de contratos do Metrô e da CPTM”.

A bancada de oposição já obteve 27 das 32 assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI. “Mas quem quer evitar a CPI é a própria bancada situacionista, maioria na Casa, prejudicando toda a população do Estado, pois, de acordo com o que já foi publicado pela imprensa, os desvios, envolvendo funcionários públicos e membros do governo do PSDB, atingem bilhões de reais”, afirma o deputado Geraldo Cruz.

O presidente do Metrô, além de afirmar que a empresa não vê irregularidades nos contratos, disse que o Tribunal de Contas do Estado (órgão vinculado à Alesp) é que deveria apontar possíveis problemas ocorridos. O que o parlamentar questiona, alegando que a própria empresa deveria tomar providências para evitar a formação de cartel e, por isso, defende a instalação imediata da CPI aqui na Casa, “pois poderíamos pedir todos os documentos que estão nas mãos do CADE, do Tribunal de Contas, do Metrô ou de qualquer pessoa envolvida, agilizando a apuração dos fatos”.

Como medidas efetivas tomadas pelo Metrô, seu presidente anunciou que a empresa entrou com ação na justiça (9/8) “para se ressarcir de possíveis danos” e somente agora tomou providências para proibir a subcontratação de empresas que participaram das licitações. “Ora, é exatamente esse o teor das denúncias de cartel, em que as empresas envolvidas combinavam quem iria ganhar determinada licitação para, depois, repartir com as perdedoras fatias do contrato”, explica Geraldo Cruz, dizendo ainda ser o mais estranho “que o Metrô pagava diretamente essas empresas subcontratadas pelas obras que realizavam, fugindo ao que o contrato assinado previa”.

No próximo dia 11/9, deverá comparecer a esta comissão o presidente da CPTM, Mario Manuel Seabra Rodrigues Bandeira, para falar sobre o envolvimento da empresa nas denúncias de cartel envolvendo a reforma de trens.