Prefeitura lança Mais Educação São Paulo com foco na qualidade do ensino

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Prefeito Fernando Haddad durante lançamento do Programa Mais Educação São Paulo, disponível para consulta pública até 15/9 pela internet

Por | 20/08/2013

A maior rede pública de ensino do Brasil será reformada. Com o objetivo central de oferecer educação de qualidade social para todos alunos, a Prefeitura de São Paulo apresentou dia 15/8 o Programa Mais Educação São Paulo. Elaboradas como uma Proposta de Reforma da Educação Municipal, as ações envolvem reorganização curricular e administrativa, ampliação e fortalecimento da Rede de Ensino Municipal. Para que seja um trabalho coletivo e resultado da participação de toda sociedade paulistana, o projeto de reforma educacional ficará disponível sob consulta pública até 15 de setembro no endereço www.maiseducacaosaopaulo.com.br.

As mudanças envolvem medidas como o fim da aprovação automática, a volta de provas e boletins bimestrais, das lições de casa e a implantação da dependência (7º e 9º ano). Haverá ainda relatórios de acompanhamento e recuperação intensiva, inclusive nas férias se necessário. Dos atuais dois ciclos, o ensino fundamental paulistano poderá ser dividido em cinco ciclos: Alfabetização, do 1º ao 3º ano; Interdisciplinar, do 4º ao 6º; e Autoral, do 7º ao 9º. O plano inclui ainda ações de resgate e ampliação dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) e de envolvimento das famílias no processo educacional.

“A chamada aprovação automática não estava dando certo, razão pela qual 38% das crianças chegavam aos 10 anos sem ler e escrever, analfabetas. E São Paulo figura em 35º lugar na região metropolitana, que tem 39 cidades. Então nós precisamos introduzir um acompanhamento do aluno. Não podemos deixar uma criança sem o acompanhamento fino, diário para cobrir as deficiências de aprendizado que são detectadas nesse período”, disse o prefeito Fernando Haddad.

Professores valorizados

Educadores mais valorizados e respeitados, com maior autonomia e mais oportunidades de formação continuada são outros importantes pontos do Programa. Além de cursos oferecidos pela própria Secretaria de Educação, em parceria com instituições como Unifesp e Unesp, os professores já contam a partir deste semestre com cursos de pós-graduação oferecidos pela Universidade Aberta do Brasil (UAB) instalados nos CEUs. Serão no total 31 polos: 18 abertos neste ano e outros 13 em 2014. Os cursos são extensivos também a professores da rede estadual.

No âmbito do estado de São Paulo, o deputado Geraldo Cruz tem lutado por mudanças necessárias à melhoria da qualidade da educação, um dos pilares do seu mandato. São exemplos o Projeto de Lei que dispõe sobre a reorganização do Conselho Estadual de Educação (PL 108/2012), para que o órgão seja mais representativo, transparente e democrático; e o PL  1.087/2011, que obriga os órgãos gestores do ensino público paulista a divulgar em todos veículos de comunicação oficial e em cada unidade escolar os dados sobre a qualidade da educação oferecida à população. 

Números e desafios

Os números da educação de São Paulo dimensionam os desafios que serão enfrentados pela gestão municipal para melhorar a Rede. Com um orçamento anual de R$ 7,9 bilhões, a Secretaria de Educação administra atualmente uma rede com 940 mil alunos matriculados, 8.400 educadores, 2.722 escolas.

Já o programa de reforma educacional exigirá investimentos da ordem de R$ 2,3 bilhões com recursos provenientes não só do município, mas também dos governos federal e estadual. Estão previstas a execução de 367 obras, entre as quais 243 Centros de Educação Infantil (CEIs) e 20 novos CEUs.

Apenas no campo da educação infantil, a meta é abrir 52 mil novas vagas em creches até 2016. “Ampliar oferta e aumentar qualidade são os dois maiores desafios da educação de São Paulo”, afirmou o secretário da Educação, César Callegari.

“O que se pretende é expor os estudantes da cidade de São Paulo à educação, que envolve esporte, cultura, valores de cidadania, democracia”, explicou Haddad. A meta é que “nenhum filho de São Paulo chegue aos 9, 10 anos sem saber ler e escrever como [acontece] hoje”, afirmou ainda o prefeito.