Estudantes demonstram indignação com presidente do Conselho Estadual de Educação

Por | 6/06/2012

Nos dias 25 e 28 de maio, foram realizadas pré-audiências para discutir o PL 108/2012 que estabelece a reorganização do Conselho Estadual de Educação. Tanto na escola estadual Eugênio Maris, zona sul de São Paulo, quanto na Associação dos Moradores do bairro Atalaia, em Cotia, os estudantes demonstraram indignação com os comentários do atual presidente do CEE Hubert Alquéres, sobre a participação de estudantes no órgão, uma das propostas do projeto em discussão.

De acordo com o programa Observatório da Educação, da ONG Ação Educativa, em reunião realizada em 17/5 Alquéres, ironizando o projeto de lei, afirmou que os estudantes do ensino médio não têm nenhuma contribuição a dar no trabalho do Conselho.

“Acho que ele não estudou História”, comentou uma estudante do ensino médio de Cotia, lembrando a importância do papel desempenhado pela juventude em diferentes momentos da história política do País.

As duas pré-audiências foram marcadas também por denúncias de falta de professores nas escolas e precariedade no atendimento à modalidade EJA (educação e jovens e adultos). “Se o adulto não estuda, como ele vai arranjar emprego para sustentar o filho/”, indagou Francisco Farias, estudante da EJA da zona Sul de São Paulo ao comentar sobre a falta de vagas no segundo segmento da EJA, etapa cuja oferta é de responsabilidade do governo estadual.

Para alguns professores presentes, as condições de ensino e aprendizagem no estado de São Paulo são deficientes, entre outros motivos, pela formação do CEE, constituída em sua maioria por representantes de instituições do ensino superior privado. “São pessoas que nunca chegaram perto de uma escola pública, portanto, não conhecem nossa realidade”, afirmou Sérgio, professor de matemática da rede pública estadual de ensino.

Em todas as pré-audiências realizadas o deputado Geraldo Cruz tem ressaltado que a reformulação do CEE não resolverá todos os problemas que afetam a educação no estado de São Paulo, mas é essencial para garantir condições de melhoria da qualidade do ensino, uma tarefa que deve ser compartilhada por governos, famílias, escolas e comunidades. “Ninguém faz nada sozinho. Para melhorar a qualidade do ensino é preciso que todos participem, dos conselhos de escola, até o CEE”, afirmou o deputado.

As propostas e considerações apresentadas nas duas atividades serão apresentadas na audiência pública “A participação nas políticas educacionais”, que acontecerá no dia 13 de junho, às 14h30, na Assembleia Legislativa.