Lei da terceirização aprovada na Câmara é mais um passo para o fim do Brasil que conhecemos antes do golpe

Por geraldo | 23/03/2017

A Câmara dos Deputados aprovou as pressas nesta quarta-feira o PL 4302, que trata da terceirização. O Projeto foi proposto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1998 e esteve engavetado durante os governos petistas de Dilma e Lula.

Terceirizar significa permitir que os contratos de trabalho que antes eram negociados diretamente entre empresas e empregadores agora ganhem a figura do atravessador. E atravessador, como bem sabe os pequenos produtores, significa sempre mais exploração.

Um grupo de empresas poderá agora contratar outra que fornecerá empregados para todos e para que esta complexa logística dê retornos econômicos é claro que quem sai perdendo é o trabalhador.

Como mostra todos os estudos realizados nesta área, a terceirização é historicamente responsável por perdas salariais drásticas, aumento de acidentes e doenças relativas à atividade profissional e, claro, desarticulação de movimentos dos trabalhadores.

Não à toa, nas redes sociais a aprovação do projeto foi comparada à votação do impeachment que tirou a presidenta Dilma do poder no ano passado.

O compromisso daqueles que colocaram e sustentam Michel Temer na cadeira presidencial é com o desmonte dos direitos sociais trabalhistas e previdenciários garantidos na Constituição Cidadã de 1988. E para se manter no poder, não há dúvidas de que o presidente sem voto sancionará o mais rápido possível a manobra congressista.

Para o trabalhador as conseqüências da medida são mais perdas salariais, aumento dos trabalhos temporários em prejuízo dos contratos mais estáveis e incentivos à rotatividade de funcionários, justamente em um momento de desemprego, quando os trabalhadores estão em desvantagem nas negociações de contratação.

É em torno da defesa da Constituição que devemos reunir nossos esforços de união e organização da sociedade, é ela que garante os valores do Brasil que olha para frente, tal qual foi aprovado nas eleições de 2014.