Alunos e professores fazem protesto na Assembleia Legislativa em favor da CPI da Máfia da Merenda

Por cecilia | 24/02/2016

Na tarde de ontem, 23/02, mais de 700 professores e estudantes da rede pública manifestaram apoio à abertura de uma CPI para investigar os desvios nas verbas da merenda escolar no estado de São Paulo. A galeria do Plenário Juscelino Kubitschek ficou tomada pelos trabalhadores e alunos que acompanharam a sessão até o início da noite.

Os manifestantes usaram cartazes e palavras de ordem para manifestar indignação contra os deputados da base governista que não assinaram o pedido de abertura da CPI que vem sendo liderado pelo deputado Geraldo Cruz.

Em plenário, Geraldo Cruz exigiu a abertura de mais um auditório com telão para que todos os manifestantes pudessem acompanhar o debate, e em seu discurso chamou de “cegueira” a tentativa de impedir uma investigação transparente. “A CPI é uma oportunidade para quem é inocente demonstrar isso. Por isso, não entendo essa recusa em investigar os criminosos que estão tirando comida do prato das nossas crianças. Não queremos promover caça as bruxas, mas queremos chegar aos responsáveis, seja quem for”, explicou.

Em seguida, o deputado fez a leitura de todos os nomes de deputados que assinaram o pedido de CPI. Até agora já são 23 assinaturas, porém é preciso alcançar 32 nomes para que a CPI seja instalada.

Estudantes querem que Alckmin cumpra promessa de não fechar salas

Em visita ao líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Geraldo Cruz, s representantes da União Paulista e Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UPES e UBES), além da União Estadual dos Estudantes, e Comando das Escolas em Luta, registraram sua indignação com as recentes denuncias.

A aluna Taynah Hentringer, das Escolas em Luta, disse que durante as ocupações do ano passado, foram encontradas tabelas que estabeleciam refeições saudáveis e balanceadas que jamais foram cumpridas na rotina escolar.

Os estudantes lembraram ainda que o apoio à CPI soma-se a outras pautas reivindicatórias como a que chamaram de “reorganização disfarçada”.  De acordo com o monitoramento feito pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) ao menos  913 classes serão fechadas no estado de São Paulo.

Segundo a presidenta da UPES, Angela Meyer, “para justificar os fechamentos, o governador usa as listas de presença em sala de aula, o que não representa a realidade de salas superlotadas”, contou.

Para Geraldo Cruz, “é lamentável que as discussões fiquem em planos tão rasos e não cheguem a abordar questões mais importantes, como as causas que levam à desistência, e alto número de faltas às aulas”. Para ele é papel da Secretaria encontrar soluções e apoiar os alunos na vida escolar, impedindo que as evasões ocorram.

O deputado disse ainda que a blindagem da Assembleia para evitar que o governo de Alckmin seja investigado leva à impunidade e desconfiança da população. CB

Imagem: Kátia Passos para Jornalistas Livres